"Não interessa se os produtores têm prejuízo ou se têm mercado para os seus produtos. São obrigados a produzir em 80% de suas áreas, contrariando a Constituição, que diz, claramente, que produtividade está relacionada ao uso adequado e racional da terra", afirmou a senadora. Kátia Abreu lembrou, ainda, que a carga tributária sobre a cadeia de alimentos, de 16,9%, é a campeã no mundo, enquanto a média mundial é de 5%. Mencionou, também, a falta de infraestrutura, de logística - como a implantação de hidrovias, de ferrovias e a modernização dos portos - cujo "custo brutal recai sobre as costas do produtor rural brasileiro".
Diante de novo impasse sobre o aumento dos índices de produtividade, a senadora Kátia Abreu afirma que os índices em questão são medidos por fatores físicos: analisam apenas a quantidade produzida de grãos, a quantidade de cabeças por hectare ou o tamanho da terra cultivada. "Não levam em consideração o crédito, o juro, a mão-de-obra utilizada, o custo de oportunidade da terra, tecnologia aplicado ou o mercado", explicou a senadora. Afirmou, também, que "o que é preciso analisar numa empresa urbana e rural é o seu faturamento líquido ou bruto e não o espaço físico da terra".
A senadora alertou, ainda, que culturas como algodão, trigo, leite, carne bovina, suína, cana-de-açúcar, café e frutas estão sendo comercializadas abaixo do custo de produção. Na sua avaliação, esses dados indicam o empobrecimento do setor rural e a necessidade de uma nova política agrícola para o País. "As políticas públicas é que são importantes para que possamos mudar a nossa economia", concluiu.
Ao concluir seu discurso, a senadora Kátia Abreu disse que os produtores e a CNA nada têm contra a reforma agrária. Informou que, segundo o relatório da CPMI da terra, de 2005, o País possuía 134 milhões de hectares disponíveis para a reforma agrária como estoque de terras já indicadas como improdutivas. Disse, ainda, que se a reforma agrária não obteve sucesso, os responsáveis não são os produtores rurais, "mas a falta de um modelo viável que, de fato, possa distribuir terras de forma honesta, transparente, decente e defensável, que não gere o bolsão de pobreza que estamos vendo no nosso Brasil". Sugeriu que, se o governo quer terra para reforma agrária, "use o Banco da Terra ou o decreto do governo que permite compra de terras para fazer assentamento".
As informações são da CNA, resumidas e adaptadas pela Equipe AgriPoint.
Márcio Vilela de Moraes
Confresa - Mato Grosso - Frigoríficos
postado em 24/08/2009
É aceitavel que exista uma meta a ser atingida, e também, uma orientaçao para evitar desabastecimento e/ou super produçoes que possam desequilibrar o mercado. Mas colocar uma faca no pescoço do produtor rural, ameaçando-o de expropriaçao é ridiculo, o direito a propriedade é fundamental para a manutençao da nossa sociedade.