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A Nova Zelândia tem uma longa história quando o assunto é produção ovina e, desta forma, possui uma cadeia produtiva bem definida agregando direta e indiretamente vários setores da indústria. A ênfase em produção de carne deu-se, principalmente, a partir da década de 80 à medida que os preços pagos pela lã sofriam desvalorização acentuada e a introdução de raças ovinas de dupla aptidão se fazia necessária como finalidade alternativa para o setor no país. Hoje, com 90% da produção de carne ovina destinada à exportação, a economia da Nova Zelândia depende intimamente da relação entre produtor-frigorífico-consumidor para se manter competitiva no mercado internacional agropecuário mesmo frente aos desafios de variação cambial e de limitantes geoclimáticos.

Bruno Fernandes Sales Santos, produtor de ovinos, mestre em zootecnia, da Aries Reprodução e Melhoramento Genético Ovino - Abacus BioLimited enviou uma carta ao debate proposto pelo FarmPoint "Foco na produção de carne ovina? Acesse e leia o comentário na íntegra.

Tendo como referência os dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a população mundial de ovinos, após uma acentuada retração de 14,9 pontos percentuais ao longo do período de 1990-2002, fechou 2010 com um efetivo estabilizado de 1,084 bilhões de cabeças, após um incremento de 7,8% entre 2002 e 2007. Após uma rápida queda de 2,1% entre 2007 e 2009, o rebanho mundial manteve-se estável no curto prazo, em função, principalmente, do crescimento dos efetivos nas economias emergentes e em desenvolvimento, as quais, não fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD).

Seção Conjuntura de Mercado: No médio prazo, espera-se que os preços internacionais se mantenham elevados uma vez que a produção europeia e norte-americana continua a cair e a população com renda moderada a alta cresce em ritmo acelerado nas economias emergentes e em desenvolvimento, sustentando a demanda atual em níveis satisfatórios.

Bruno Fernandes Sales Santos, produtor de ovinos, mestre em zootecnia, da Aries Reprodução e Melhoramento Genético Ovino - Abacus BioLimited enviou uma carta ao debate proposto pelo FarmPoint "Você acredita que a indústria está mais presente na ovinocaprinocultura brasileira?" Acesse, leia a carta na íntegra e deixe o seu comentário sobre esse assunto!

Queda na oferta mundial de cordeiros

postado em 07/12/2010

O Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL) divulgou o relatório mensal de carne ovina onde destaca o alto preço do produto. Em matéria de exportações, o Brasil tem sido durante os últimos 15 anos, um dos principais compradores do Uruguai, que destina ao Brasil principalmente os cortes dianteiros com osso.

Enquanto estivermos presos aos paradigmas com relação a preços, impostos, parasitas, predadores e às crenças históricas de que animais podem ser selecionados com os olhos (por experientes jurados) nas pistas e leilões, e que o abate ilegal é bom para a atividade, dificilmente os resultados esperados serão alcançados. Aqueles que esperam ver, um dia, a ovinocultura brasileira se tornar uma das importantes atividades do agronegócio nacional, devem se preocupar hoje com o futuro da atividade e tentar, de alguma forma, seguir os bons exemplos existentes fora de nossas fronteiras.

A União Européia tende a retrair ainda mais o seu efetivo ovino, limitando sua capacidade produtiva, como conseqüência da desvinculação total dos subsídios em alguns importantes países produtores, como Reino Unido e Irlanda, assim como, devido à ocorrência recente de problemas sanitários. Além disso, os novos Estados Membros possuem baixa capacidade para suprir a demanda da Comunidade, tornando a UE-27 mais dependente do fornecimento de países terceiros, especialmente da Nova Zelândia.

A indústria de carnes da Nova Zelândia ficou satisfeita com a notícia de um impulso de NZ$ 15 milhões (US$ 12,25 milhões) para o incentivo do trabalho de pesquisa genética de ovinos e bovinos. O financiamento do governo, que durará um período de cinco anos, melhorará a pesquisa genética, de acordo com o ministro de Ciência e Inovação, Steven Joyce.

A organização Beef and Lamb New Zealand está mudando seu foco promocional para a carne de cordeiro neozelandesa no Reino Unido. A mudança de uma campanha de marketing nos meios de comunicação em massa para um programa mais direcionado que esteja alinhado com as necessidades comerciais individuais das companhias exportadoras ocorreu em resposta a uma extensa pesquisa no mercado consumidor do Reino Unido e da Europa, disse o diretor executivo da organização, Scott Champion.

A produção de carne de cordeiro da Nova Zelândia caiu 19% em setembro, para 13.747 toneladas, devido a um declínio de 15% nos abates de cordeiros, para 729.582 cabeças, de acordo com dados do Statistics New Zealand. De acordo com o NZX Agrifax, esse foi o pior resultado no mês de setembro em vários anos e registra os menores abates de cordeiros desde que os registros começaram a ser feitos. Somado ao efeito dos menores abates esteve a redução de 5% nos pesos médios das carcaças, para 18,8 quilos por cabeça.

A produção de carne de cordeiro da Nova Zelândia caiu 6%, para 379.912 toneladas, no ano fiscal de 2009/10, e os abates caíram 7%, para 21,5 milhões de cabeças, durante o mesmo período, segundo dados do Statistics New Zealand. Com o rebanho ovino da Nova Zelândia caindo durante os últimos anos e a última pesquisa anual do rebanho feita pelo Beef + Lamb New Zealand indicando uma estabilização do rebanho até 30 de junho de 2010, a redução nos abates pode ser uma indicação das intenções dos produtores de reconstruir os rebanhos.

A safra de cordeiros da Nova Zelândia caiu 10% em 2010 (2,8 milhões de cabeças), com relação ao ano anterior, para 25,1 milhões de cabeças, de acordo com a pesquisa anual Lamb Crop Survey do Serviço Econômico do Beef + Lamb New Zealand. Antes dos resultados da pesquisa, a expectativa era que a safra de cordeiros cairia 2,5%. Entretanto, as condições de frio e umidade, até mesmo de neve, bem no momento de pico de parição de cordeiros acabaram matando milhares de animais novos, além de milhares de ovelhas.

A safra de cordeiros da Nova Zelândia poderá aumentar quase 2 milhões de cabeças nessa primavera, mas ainda é a terceira menor desde o começo dos anos cinquenta. Um número estimado de 26,9 milhões de cordeiros foi previsto, que é 1,9 milhão a mais que no ano anterior, de acordo com o último relatório do Beef and Lamb New Zealand.

De acordo com o último relatório sobre commodities agrícolas da Agência Australiana para Agricultura, Recursos Econômicos e Ciências (Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences - ABARES), os preços dos cordeiros caíram significantemente nos últimos meses na Austrália, refletindo uma maior disponibilidade e condições climáticas menos favoráveis. Em resposta, os produtores buscaram aumentar seus retornos, o que resultou em um grande aumento nas vendas diretas aos processadores.

Ao longo do período de outubro de 2010 a setembro de 2011, a organização Beef+Lamb New Zealand prevê uma redução na produção de ovinos e nas exportações de ovinos vivos da Nova Zelândia.

O relatório Lamb Crop 2013 do Beef + Lamb New Zealand (B+LNZ) confirma que o número de cordeiros comercializados na primavera desse ano apresentou queda de 4,7%, ou 1,3 milhão de cabeças, com relação a 2012, para 25,5 milhões de cabeças. Isso torna a atual safra de cordeiros a segunda menor em quase 60 anos.

As condições comerciais muito difíceis para a carne de cordeiro da Nova Zelândia no mercado da União Europeia (UE) continuam fazendo o produto ser enviado a outros mercados, aumentando a competição aos envios da Austrália, especialmente no Oriente Médio e na China. Para junho, as exportações de carne de cordeiro neozelandesa totalizaram 24.616 toneladas, 4% a mais que no ano anterior, apesar da contração de 21% ao seu maior mercado, a UE, para 8.319 toneladas, de acordo com dados do Beef + Lamb New Zealand.

As escassas ofertas globais de carne de cordeiro e, consequentemente, os altos preços do produto, deverão continuar, de acordo com a organização Beef + Lamb New Zealand (B+LNZ). O anúncio foi feito após o Serviço Econômico da B+LNZ ter revisado os números provisórios de abates de cordeiros do meio do ano, que mostraram que a produção total de carne de cordeiro da Nova Zelândia está a caminho de alcançar o número previsto de 19,3 milhões de cabeças para a atual estação.

As exportações de carne de cordeiro da Nova Zelândia caíram 3% com relação ao ano anterior em maio, apesar do aumento de 30% com relação ao mês anterior, para 30.178 toneladas, de acordo com dados do Beef + Lamb New Zealand. Esse é segundo maior volume mensal desde maio de 2011, resultando em um total nas exportações de janeiro a maio.

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