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Argentina é castigada pela seca

postado em 08/09/2008

O país enfrenta, em pleno inverno, a pior seca nos últimos 20 anos. Cálculos preliminares indicam prejuízo próximo de US$ 700 milhões na agricultura (US$ 884 milhões nas províncias de Buenos Aires, Santa Fé, Corrientes e Río Negro) - fora a pecuária.

Ministros das províncias da região da Patagônia Argentina e representantes do setor ovino da região mantiveram um encontro na Casa de Chubut, em Buenos Aires, onde se analisou a situação da pecuária em cada uma das jurisdições e se levantou a possibilidade de uma estratégia regional na Patagônia, e a necessidade de impulsionar a continuidade da Lei Ovina, que terminará em 2010.

Durante os primeiros nove meses de 2009, as exportações de carne ovina certificada pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina somaram 7.080 toneladas por US$ 27,124 milhões, mostrando um crescimento de 23% em volume e 25% em valor com relação ao mesmo período de 2008, quando foram exportadas 5.738 toneladas por US$ 21,619 milhões.

Durante janeiro a novembro, as exportações de carnes ovinas certificadas pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina somaram 5,821 mil toneladas, por US$ 21,93 milhões, mostrando um crescimento de 4% em volume e 23% em valor com relação ao mesmo período de 2007, quando foram exportadas 5,572 mil toneladas por US$ 17,833 milhões.

Durante todo o ano de 2008, as exportações de carne ovina certificadas pelo Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), da Argentina, somaram 5.946 toneladas por US$ 22,482 milhões, mostrando um crescimento de 4% em volume e de 24% em valor com relação a 2007, quando foram exportadas 5.727 toneladas por US$ 18,09 milhões.

Nos últimos 14 meses, a principal província produtora de lã da Argentina, Chubut, perdeu 1,2 milhão de cabeças de ovinos devido à seca, informou fonte do governo provincial ao La Nación. A situação é de extrema gravidade e o horizonte se apresenta mais complexo ainda, pois se o inverno chegar seco e frio, como se espera, a mortandade de animais será maior.

Com o objetivo de estimular a recuperação e o desenvolvimento da atividade caprina, foi colocado em execução uma lei da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Pesca e Alimentação (SAGPyA) da Argentina que prevê aportes reintegráveis e não reintegráveis de 12 milhões de pesos (US$ 3,81 milhões) anuais que beneficiarão mais de 50 mil pequenos produtores caprinos de todo o país. Os aportes serão destinados a créditos, ajudas não reintegráveis e gastos operacionais, com o objetivo de impulsionar uma atividade claramente identificada com o pequeno produtor.

O governo da província argentina de Tucumán decidiu investir 3,80 milhões de pesos (US$ 954,85 mil) na produção caprina. Este iniciativa ocorreu devido o domínio da informalidade, que condicionou a sobrevivência dos pequenos produtores através da venda limitada e baixos preços.

Quase 24 milhões de pesos (US$ 6,07 milhões) foram investidos pela Lei Ovina da Argentina (em sete anos de execução) na província de Río Negro, com o objetivo de recuperar e impulsionar esse setor ovino, quebrado por sucessivas crises de diferentes naturezas. O dado é oriundo de um relatório realizado pela Unidade Executora Provincial que detalha os investimentos de 2003 a 2010, com uma média de 3,4 milhões de pesos (US$ 861,15 mil) anuais em forma de créditos para financiar projetos produtivos e aportes não reintegráveis e assistir programas de desenvolvimento dos produtores e das organizações de produtores, com o objetivo de apoiar a atividade em todos os seus aspectos.

Melhorar a qualidade, aumentar a produção e fortalecer a comercialização de maneira associativa são os desafios que a produção ovina da província argentina de Córdoba tem. Essa conclusão foi tirada por um relatório elaborado por 15 produtores que, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Alimentos, viajaram no mês de outubro a Corrientes e ao Uruguai, para visitar estabelecimentos modelo dessa atividade.

Desde agosto, estão sendo realizadas tosquias na Província de Chubut, polo laneiro mais importante da Argentina. Os primeiros dados da realidade do setor ruralista obtidos são ruins, com uma estimativa que chega a um milhão de cordeiros mortos, o que gera um alarme importante no setor produtivo, já que não há reposição de animais nos campos.

Os produtores rurais argentinos anunciaram nova greve do setor a partir da próxima segunda-feira (17), em repúdio à decisão do governo da presidente Cristina Kirchner de não eliminar as restrições às exportações de grãos. Ontem (12), após encontro com o ministro da Agricultura, Julián Domínguez, representantes das principais associações rurais do país informaram que entre os dias 17 e 24 de janeiro será suspensa a comercialização de grãos no país.

Criadores de ovinos da Argentina tosquiaram um carneiro da raça Corriedale em público no pavilhão do La Rural da 124º Exposición de Ganadería, Agricultura e Industria, realizada em Buenos Aires. Essa atitude foi um protesto, pois os produtores consideram a ovinocultura marginalizada por outros tipos de produções agropecuárias no país. O diretor da Sociedade Rural Argentina (SRA), Carlos Vila Moret, destacou a importância de gerar medidas de incentivo para o setor ovino.

O adiantamento da safra laneira é uma das mudanças que a atividade tem vivido. Conhecida como tosquia pré-parto, esta é realizada à partir de julho e fim do inverno. A tosquia pré parto tem as suas vantagens sobre a tosquia tradicional, sendo esta última realizada na primavera e no verão. O adiantamento da safra resulta em melhor qualidade da fibra, fibras mais fortes, melhor rendimento industrial consequente da menor quantidade de gordura e terra, e melhor condição corporal da ovelha e do cordeiro.

Foi realizada na Cidade Autônoma de Buenos Aires uma segunda reunião das províncias da região da Patagônia com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca do país. A mesma foi convocada pelo secretário da organização, Lorenzo Basso, com o objetivo de avançar no projeto de um Programa de Carne Ovina para a Patagônia.

O produtor e operador de lã do município de Valcheta, província de Río Negro, na Argentina, Ángel Lucero, disse que a seca que vem se arrastando desde 2006, somada agora às cinzas do vulcão Puyehue, estão fazendo desaparecer dos campos a atividade pecuária, estimando que a produção de lã passou de 7 a 8 milhões de quilos para 2,5 milhões de quilos em 2010. "Esse ano, não sei o que vai acontecer, creio que se vá perder 1 ou 1,4 milhão de quilos de lã". Valcheta produzia mais ou menos 1,2 milhão de quilos de lã entre 1982 e 1992 e agora tem 150 mil quilos".

Nas fazendas da principal província produtora de lã da Argentina, Chubut, os ovinos estão morrendo de fome. A seca está provocando estragos no solo da região patagônia - na região central não chove por 12 meses; na região sul, a chuva acumulada em um ano é de 40 milímetros, quando o normal é de 120; enquanto no leste, a última chuva caiu em março.

O legislador argentino, Rubén Lauriente, disse que pediu ao governo nacional que o imposto de 10% à lã se se transforme em um fundo para contingências, mas que seja tomado desde 2006, pois foi neste ano que começou o estado de emergência e o desastre por causa da seca. Isso poderia significar 90 milhões de pesos (US$ 20,98 milhões) anuais.

O setor ovino da Argentina deverá desacelerar neste ano após mais de sete anos de crescimento sustentado. Em 2008, o setor teve exportações recordes de lã e carne fresca, gerados a partir dos avanços contínuos desde 2002. "O preço externo da lã baixou em 60% este ano e a demanda segue se contraindo", disse o presidente da Sociedade Rural de Comodoro Rivadavia, Provincia de Chubut, Federico Pichl.

A melhor forma de se combater determinada doença é impedir a sua entrada nas propriedades. Nesse sentido, Castro et al., (2007) apontam algumas recomendações importantes para a prevenção da intoxicação por cobre, incluindo a utilização de rações e suplementos minerais específicos para ovinos e caprinos.

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