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O principal componente que contribuirá para o aumento previsto na produção de lã será o maior número de ovinos tosquiados durante o ano, que é reflexo da retenção de ovelhas mais velhas e de cordeiros, com os produtores aproveitando os recentes climas favoráveis, além dos fortes preços da lã, da carne de cordeiro e de carneiro.

Austrália tem menor oferta de lã

postado em 01/10/2007

Os mercados de lã da Austrália tiveram uma forte queda na oferta nos primeiros dois meses da estação de 2007/08 com relação ao mesmo período do ano anterior. As vendas seguiram a mesma tendência das ofertas. A oferta de lã australiana deverá cair 11% na estação de 2007/08 e esses dois primeiros meses estão consistentes com esta previsão.

O responsável pela campanha global de conscientização sobre a lã (Campaign for Wool), John Thorley, acredita que o movimento ganhará força com o lançamento da mesma na Nova Zelândia no próximo mês.

Preocupados com problemas em lotes de lãs comprados em leilões, notavelmente contaminados por fibras escuras e meduladas, muitos processadores chineses disseram que estão "muito interessados" em comprar o produto diretamente dos produtores ou grupos que possam "garantir a qualidade das entregas".

Uma equipe chinesa está filmando um documentário visando promover a lã australiana. A equipe tem feito filmagens para um longo episódio de nove horas que será televisionado no num canal de luxo da China. Esse documentário tem o objetivo de promover as fábricas de tecidos e roupas da lã Merino australiana da marca Gold Woolmark.

Com o apoio do setor privado, a Direção Geral de Serviços Pecuários do Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP) já começou a trabalhar no isolamento ou compartimento de ovinos, convencida de que essa ferramenta impulsionada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) é a saída para poder entrar com cortes ovinos com osso na UE e em Israel.

O Market Intelligence View sugeriu que os Estados Unidos e os mercados da Europa Ocidental permanecerão fracos e que as reais previsões de crescimento para a lã residem em novos mercados consumidores emergentes, em particular, no aumento da lã em áreas de vestimentas urbanas, infantis e para maternidade.

De acordo com a porta-voz da organização que representa a indústria de lã na África do Sul Ona Viljoen, a produção de vestuários de lã deverá cair 10% na estação de 2009/2010 e 5% na estação de 2010/2011. No entanto, Viljoen acredita que o forte declínio na produção é um sinal positivo para os produtores, visto que baixas ofertas aumentarão os preços.

Os preços nos leilões na Austrália começaram o ano muito fortes, com o Indicador do Mercado Oriental do Australian Wool Exchange aumentando em 3,6%, alcançando A$ 11,11 (US$ 11,72) por quilo de lã limpa, seu maior nível desde maio de 2012. Em termos de dólares dos Estados Unidos, o indicador aumentou em 3,5%, para US$ 11,71 por quilo.

Uma atualização das condições econômicas no começo do segundo trimestre do ano feita pelo departamento de pesquisa do Fundo Monetário Internacional (IMF) previu uma desaceleração no crescimento econômico global em 2008, comparado com suas previsões feitas anteriormente neste ano. O IMF espera que o crescimento global em 2008 seja 0,5% menor do que o previsto em janeiro de 2008.

O grande desafio da ovinocultura é romper paradigmas e o principal deles é harmonizar os elos da cadeia produtiva. Se uma corrente tem a força do mais fraco dos seus elos, para benefício comum, é hora dos elos mais fortes desta corrente dividirem um pouquinho de sua força. Antes que, na base, nada reste para a corrente transportar.

Em meio a um próspero panorama no mercado mundial de lã pela queda da oferta e a valorização do produto, afirma-se a demanda por lãs finas para vestimentas produzidas com métodos ecológicos que não agridem o meio-ambiente.

O Comitê de Previsão de Produção de Lã Australiana recentemente aumentou sua estimativa de produção para 2012-13 para 350 milhões de quilos de lã suja, 2,3% a mais que a produção de 2011-12, de 342 milhões de quilos.

Os ovinos da raça Merino não são somente notáveis por sua lã de fina e de alta qualidade, mas também por serem animais geneticamente diversos domesticados por humanos. O mapeamento genético feito por uma equipe internacional de pesquisadores revelou como os humanos modelaram os ovinos durante milhares de anos para aumentar a produção de carne, lã e leite. O trabalho, que foi publicado no PLoS Biology, mostrou que existe uma alta diversidade genética no rebanho ovino moderno.

Atualmente, o mercado de lã considera o diâmetro da fibra um ponto central. Para as lãs finas, os preços atuais estão entre os mais altos em mais de 25 anos. Para a raça Ideal, os preços oscilam entre US$ 4 e US$ 4,5, enquanto para Merinos comuns (20 a 22 micra), o preço varia entre US$ 5 e US$ 6.

O Australian Wool Innovation (AWI) destacou que o Vietnã pode ser o próximo possível importante processador de lã. O custo para contratar trabalhadores na China, nas indústrias de trabalho intensivo de fiação e confecção está levando os processadores de lã a buscar outros países.

A queda nos preços foi atribuída em parte ao enfraquecimento na confiança dos negócios, associada com um nervosismo nos mercados financeiros globais referentes às dividas da zona do Euro. A forte demanda que se mostrou apoiadora nas últimas semanas tornou-se levemente mais seletiva. De 45.020 fardos oferecidos, 91% foram vendidos. Os compradores chineses foram, como sempre, os mais importantes. Os compradores europeus, embora sendo bastante seletivos, não foram totalmente ausentes, com a competição surgindo da República Tcheca e Itália.

O mercado de lã mudou a tendência na última parte da safra de 2008/09, impulsionado por uma reativação da demanda em um mercado internacional caracterizado por reduzidos estoques nos diferentes elos da cadeia laneira têxtil. A principal referência internacional no setor, o Indicador de Mercados Oriental (IME) na Austrália fechou em US$ 6,26 por quilo de lã base limpa esta semana, seu valor mais alto desde outubro passado.

Os atuais baixos estoques de lã nos principais países exportadores deverão impulsionar um declínio nos preços da lã em curto prazo, segundo previsões da Agência Australiana de Agricultura, Recursos Econômicos e Ciência (Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences - ABARES). Embora os preços da lã devam declinar durante o restante do ano, o Indicador do Mercado Oriental (EMI) deverá ficar em média em A$ 11,8 (US$ 12,45) por quilo limpo em 2011-12; 4,2% a mais que no ano anterior.

Durante os anos 80, a Rússia foi o maior mercado de exportação da Austrália para lã, comprando cerca de 160 milhões de quilos de roupas para o partido militar e comunista. Entretanto, com a Rússia agora sendo uma economia de livre mercado, o foco é em roupas de alta qualidade para uma sociedade conhecida por seu estilo e elegância.

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