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O aumento nas exportações de carne ovina, peles lanares e ovinos em pé do Uruguai em 2009 não conseguiu compensar a queda nas vendas de lã ao exterior, o que culminou com um retrocesso do setor ovino uruguaio de 16,2% com relação a 2008.

Nesta sexta-feira (15), às 16h, no primeiro dia da 2ª Agrovino será promovido um seminário com palestras nacionais e internacionais sobre assuntos relacionados a mercados da ovinocultura.

Após um início de ano difícil devido a crise mundial, o setor ovino do Uruguai fechou o ano de 2009 com uma recuperação nos preços da lã e da carne, afirmou o presidente do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), Gerardo García.

As tarefas de tosquia vêm sendo atrasadas no norte do Uruguai devido às chuvas. O estado geral dos rebanhos é bom, porém os produtores começam a dar atenção especial aos aspectos sanitários.

A missão sanitária mexicana para habilitação de plantas exportadoras de carne ovina do Uruguai ainda não tem data confirmada, mas já autorizou a entrada do primeiro lote de cortes desossados e maturados. O Governo do Uruguai apura as gestões para deixar habilitada, antes do fim do ano, a entrada de carne ovina sem osso e maturada no mercado mexicano.

Um grupo industrial da Nova Zelândia enviou uma segunda missão técnica ao Uruguai para analisar a possibilidade de produzir carne ovina. A Austrália e a Nova Zelândia, os dois principais produtores de carne ovina do mundo, estão enfrentando uma baixa na produção de cordeiros que vai contra a crescente demanda pelo produto no mundo. O Uruguai é o terceiro maior produtor mundial de carne ovina, conta com uma cultura de produção e tem mão-de-obra com alta especialização, muito mais barata que seus outros dois competidores.

A União Europeia (UE) mantém firme a ideia de exigir rastreabilidade em ovinos a partir de janeiro de 2010 e essa exigência se estenderá a seus abastecedores. O Uruguai poderá cumprir essa exigência, pois tem algumas vantagens.

A Organização Internacional de Lã (Internacional Wool Textile Organization, - IWTO) confirmou o Uruguai, pelo terceiro ano consecutivo, como o segundo maior exportador mundial de lã cardada, atrás da China.

China: aumenta demanda por lã fina

postado em 19/10/2009

Nos últimos cinco anos, a importação de lã de Merino australiano de 19,5 micra e mais finas pela China cresceu dramaticamente. Os embarques de lãs super-finas para a China cresceram 53,1% em 2004/05 e 81% na segunda metade (janeiro a julho) da safra de 2008/09. No total da safra, esses embarques representam 74% do total.

O mercado internacional de carne ovina opera com forte demanda que se vê refletida em um alto nível de abates no Uruguai, alcançando 1,3 milhão de cabeças. O técnico do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), Carlos Salgado, explicou que embora os preços médios estejam um pouco mais baixos que no ano passado, esses estão se recuperando, enquanto têm aparecido mais mercados que dinamizam a operação.

No período de 12 meses que terminou em 31 de agosto passado, as exportações de lã e produtos de lã do Uruguai caíram em 30,5% em valor, quando as de carne ovina aumentaram em 13% com relação ao mesmo período do ano anterior.

No período de 12 meses que terminou em 31 de agosto passado, as exportações de lã e produtos de lã do Uruguai caíram em 30,5% em valor, quando as de carne ovina aumentaram em 13% com relação ao mesmo período do ano anterior.

O mercado mundial mostra preços firmes para ovinos e os principais países produtores que competem com o Uruguai - Austrália e Nova Zelândia - estão obtendo valores lucrativos para seus produtores. "Não há muita oferta para a demanda que existe atualmente. Os frigoríficos estão precisando de mais cordeiros e não há", alega Carlos Salgado, chefe do Departamento de Informação e Análise Econômica do Secretariado Uruguaio de Lana.

Contrastando com o bom ritmo das tosquias pré-parto, o mercado de lã do Uruguai mostra operações muito escassas, produto de uma maior expectativa do produtor ante ao avanço dos preços e das opções que conta para obter liquidez.

Entre 1º de agosto de 2008 e 31 de julho de 2009, valor das exportações de produtos ovinos do Uruguai (lãs e produtos de lã, carne ovina, peles lanares e ovinos em pé) totalizou US$ 235,5 milhões, 22,7% a menos que no período de agosto de 2007 a julho de 2008, segundo dados proporcionados pela Direção Nacional de Aduanas e divulgados pelo Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL).

De acordo com o relatório da Opypa, a produção de carne ovina do Uruguai cairia em apenas 1% no final de 2008/2009, apesar da redução no rebanho. Isso se explica pelos maiores abates, já que os animas que vão ao frigorífico têm um maior peso que os que deixam o rebanho.

O Uruguai fechará esse ano a safra de menor volume nos últimos anos com uma estimativa entre 34 e 35 milhões de quilos de lã. No mundo, começam a surgir tímidos, mas firmes, sinais de recuperação no comércio de têxteis.

A falta de cordeiros pesados em determinadas épocas do ano no Uruguai põe em risco os mercados conquistados, alertou o corretor, Jorge Dimu. "O problema é que hoje temos falta de cordeiro pesado. Em vez de entregar dez caminhões estamos entregando dois, porque não se chegou a implementar por parte das autoridades privadas medidas para que existam cordeiros pesados de 16,18 ou 20 quilos durante todo o ano. Não se trata de receber tudo junto, entre setembro e dezembro. Esse é um erro grave, porque deixamos espaço para que entrem em nossos mercados, Chile ou Argentina. Tudo isso foi transmitido ao Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL)".

A demanda de lã começou a mostrar alguns sinais de recuperação em março de 2009, considerando o sustentado crescimento interno chinês no setor varejista e a diminuição dos estoques de matéria-prima. Isso fez com que entre março e maio passados, o IME, em termos de dólares australianos, se recuperasse em 15%.

Durante o primeiro semestre do ano tem-se verificado um abate de cordeiros recorde no Uruguai, que ao final do mês estará entre 400.000 e 410.000 cabeças, segundo a projeção feita pelo Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL). No ano passado, a produção de cordeiros não cresceu, porque menos ovelhas foram encarneiradas.

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