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O fracasso das negociações da Rodada Doha sobre a liberalização do comércio mundial alivia alguns países e setores, enquanto outros lamentam a falta de um acordo que poderia dinamizar a economia do planeta.

Um grupo industrial da Nova Zelândia enviou uma segunda missão técnica ao Uruguai para analisar a possibilidade de produzir carne ovina. A Austrália e a Nova Zelândia, os dois principais produtores de carne ovina do mundo, estão enfrentando uma baixa na produção de cordeiros que vai contra a crescente demanda pelo produto no mundo. O Uruguai é o terceiro maior produtor mundial de carne ovina, conta com uma cultura de produção e tem mão-de-obra com alta especialização, muito mais barata que seus outros dois competidores.

No 2º semestre de 2010, as exportações de carne ovina do Uruguai para o Brasil cresceram. Comparando o mês de junho com o mês de julho por exemplo, houve um crescimento de 21,6%, totalizando 0,31 mil toneladas. Os preços também apresentaram um crescimento acentuado. Comparando o valor do kg de carne ovina com osso congelada dos três primeiros meses deste semestre (julho, agosto, setembro) e do ano passado, houve um aumento de 69,9%.

No período de 12 meses que terminou em 31 de agosto passado, as exportações de lã e produtos de lã do Uruguai caíram em 30,5% em valor, quando as de carne ovina aumentaram em 13% com relação ao mesmo período do ano anterior.

O consórcio de capitais brasileiros Sidercol S.A. ao qual se adjudicou, após licitação pública, o frigorífico Bordenave, em Salto, Uruguai, espera a habilitação do Ministério da Pecuária para começar os abates de ovinos com destino a outros países. A planta, que já conta com a habilitação para o mercado interno, tem uma capacidade para industrializar 480 ovinos por turno - uns 60 ovinos por hora -, mas o consórcio pensa em elevar essa capacidade para 800 ovinos por dia. Além disso, os empresários brasileiros investirão para melhorar as instalações de frio, principalmente para congelados.

A queda nas exportações parece ter como principal origem a baixa oferta de carne ovina. O segundo ponto a ser levantado é a dependência do Uruguai pelo mercado brasileiro - forte impulsor do aumento dos preços em 2011 - e que desde o final do ano passado vem comprando menos. Para o analista do Secretariado Uruguayo de la Lana, Carlos Salgado, "o produto estará um pouco mais cogitado nos próximos meses".

O engenheiro Javier Frade, do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), elaborou um relatório sobre as exportações do setor ovino do Uruguai, onde consta que, de primeiro de novembro de 2009 a 31 de outubro de 2010, o país obteve um valor de US$ 337,1 milhões em exportações de produtos do setor ovino, incluindo lãs e produtos de lã, carne ovina, peles e ovinos em pé. Esse valor representa um aumento de 24,4% com relação ao mesmo período do ano anterior.

O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, assinou com o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwaab, convênio para transferência de R$ 200 mil que serão empregados pela entidade para aquisição de um aparelho de micronagem, que mede a textura da lã. O procedimento, que hoje só é feito no Uruguai ao custo de U$ 1 por amostra, define a qualidade da lã, possibilitando a valorização do produto no mercado e fornecendo informações ao produtor sobre a necessidade de melhoramento genético do rebanho.

O Matadouro Municipal da cidade de Artigas, no Uruguai, é a planta que está sendo utilizada para abater os ovinos lanares que estão dentro da iniciativa chamada de churrasco ovinos, proposta pelo INAC e pelo SUL. O objetivo da planta agora e atender as exigências para exportação e começar a fazer negócios com o Brasil.

O mercado de lã do Uruguai está mostrando uma firmeza que faz pensar em uma superação da crise, alcançando preços que satisfazem o produtor, quando sobra pouca lã para venda e se encurta o tempo para a nova tosquia.

O preço da carne de cordeiro registrou alta nos últimos dias. Para aproveitar o momento favorável, os criadores do Triângulo Mineiro ampliaram o plantel e fizeram novos investimentos. O aumento da procura para as festas de final de ano faz com que os produtores tenham dificuldade em abastecer o mercado. "Esse final de ano é bom para todos nós produtores rurais. Aumenta em até 50% para quem manda cordeiros para frigoríficos", avalia o criador Cássius Sena.

O presidente do Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL), Gerardo García Pintos, está insistindo na necessidade de buscar a reabertura de novos mercados para a carne ovina do país, como é o caso do México, onde entra carne bovina sem osso e com maturação.

Queda na oferta mundial de cordeiros

postado em 07/12/2010

O Secretariado Uruguayo de la Lana (SUL) divulgou o relatório mensal de carne ovina onde destaca o alto preço do produto. Em matéria de exportações, o Brasil tem sido durante os últimos 15 anos, um dos principais compradores do Uruguai, que destina ao Brasil principalmente os cortes dianteiros com osso.

O setor de ovinos da Central Lanera Uruguaya (CLU) em 2013 obteve bons resultados visto que o preço do cordeiro superou amplamente o preço do novilho. Além disso, houve abertura de novos mercados - como é o caso dos Estados Unidos - que contribuíram com a consolidação e estabilização de preços.

O Uruguai espera implementar um sistema de rastreabilidade para ovinos, adultos e cordeiros, até 2010. A medida veio em resposta às expectativas da indústria e do Governo de que os clientes dos mercados de exportação requererão a rastreabilidade da carne ovina no futuro.

O valor das exportações totais de carnes do Uruguai entre 1 de janeiro e 10 de maio alcançou US$ 513 milhões, o que representa um aumento de 46,83% com relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional de Carnes (INAC) do país. A carne ovina representa 5% do total das exportações.

O valor das exportações totais de carnes do Uruguai entre 1 de janeiro e 5 de abril alcançou US$ 358 milhões, o que representa um aumento de 37% com relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional de Carnes (INAC) do país. A carne ovina representa 5% do total das exportações.

Os Emirados Árabes querem carne ovina do Uruguai e a cadeia de carnes deste país está buscando garantir este mercado participando da Feira Gulfood, que acontece em Dubai e é a maior, mais consolidada e importante feira no setor alimentício do país.

Os gaúchos já comercializaram 95% da safra de lã. A tosquia foi feita até o final de janeiro, resultando em cerca de 10 milhões de quilos do produto. O que ainda não foi vendido está retido nas mãos de compradores particulares.

Ovinocultores esperam fechar bons negócios a partir dessa semana, quando se intensifica a temporada de leilões e feiras de verão no Rio Grande do Sul, apesar do indicativo de preços inferiores aos de 2008. A expectativa tem como referência os dois primeiros remates do circuito, em Cachoeira do Sul e Rio Pardo, quando houve a venda total dos animais, apesar das médias mais baixas.

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